Em Busca da Esmeralda

Ralph Mendes observa atentamente a movimentação dos membros da matilha, lembra que não há um nome para o grupo ainda. "Provavelmente, deveria "Lentos", "Atrasados", ou algo parecido"

O Galliard pega a passagem com Erick, se aproxima de Hannibal e fala:

"- Sei que Ethan não me incluiu no grupo que irá investigar antes da viagem, mas gostaria de ir com vocês."

Sly era o narrador da matilha, ele precisava estar presente, mesmo que só para observar, afinal a história dos "Atrasados" seria contada por ele. Esperava um poema épico, não estava com intuito de compor tragédias ou textos tragicômicos. Era um otimista.

Siggy afirma com a cabeça e entende as instruções do alpha.

Nessa missão é necessário discrição e eu jeito não se encaixa bem com o que é necessário, mas não seria assim tão difícil de resolver.

Siggy agora segue onde pode se trocar e seguir as instruções e se manter discreta, quando escuta uma proposta de Hannibal, meio indecorosa.

"O que esse cara está pensando?"
"relaxa é apenas uma piada!".

Siggy sorri com o canto da boca e diz:

- Até poderia aceitar sua ajuda, mas apesar de achar que você seria, hummm... rápido, temos pressa com a missão…

Ela sorri mais uma vez com ar de deboche e dá uma piscadinha com um dos olhos.

- …. Acho que consigo me trocar sozinha, mas se quer ajudar, chame o Erik, encontro vocês três no terraço em poucos instantes.

Então segue aonde pode se trocar e encontra os companheiros de matilha, agora sem suas pinturas e com uma calça jeans e blusa preta e uma jaqueta de couro, algo que realmente a transformava, apesar de bela, em apenas mais uma na multidão.

No terraço do Caern, já com Hannibal, Ralph e Erik. Siggy força a passagem pela Umbra através da Película. Era relativamente fácil, já que estava acostumada a fazer isso sozinha. Mas nunca tinha levado três pessoas junto, pelo menos não lembrava disso…

Todos obtiveram sucesso em entrar na Umbra. A sensação é como mergulhar em uma poça de água gelada, eles saem do outro lado e caminham por cerca de trinta segundos mentalizando ir para Laramie.

Tudo na Umbra parece selvagem como o parque onde fica o Caern por alguns segundos. Depois a paisagem vai mudando gradualmente, ganhando uma ou outra teia da Weaver.  A representação da Wyotech é avistada, então seguem para essa direção. Ao fundo, entretanto, bem mais longe de onde pretendiam ir, era possível ver um local sombrio, com densa escuridão, ao redor, chamas vermelhas, verdes e uma fumaça densa podiam ser vistas. Mas estava muito distante para ver mais do que isso.

Saindo da Umbra, agora estão em frente ao prédio da Wyotech.

Siggy respira fundo...

- Conseguimos, agora podemos seguir com o que viemos fazer aqui.

Erik saiu do outro lado com uma pequena sensação se enjoo. Ele não era fã desses passeios pela Umbra. Mas ei, até que não era desvantagem, afinal o desconforto não poderia ser tão grande quanto pegar a estrada com o Senhor das Sombras. E se fosse esse o caso talvez ele precisasse tomar um belo porre antes. Essa pequena viagem lhe poupou um pouco de tempo, uma garrafa de bebida e uma ressaca.

E finalmente estava lá de volta. A Wyotech. O centro digital da Universidade de Wyoming. Erik já varrera algumas vezes aqueles corredores. Sua falta de educação formal não o impediram de assumir um trabalho de faxineiro ali por um tempo e nem de assistir escondido algumas aulas. O Roedor, afinal, era um tremendo de um linguarudo, estridente e inconveniente...mas era de uma inteligência formidável. Inteligência que surpreendeu seu mentor na universidade e no mundo dos garou, o Andarilho do Asfalto John Archibald Wheeler, a quem ele chamava despretensiosamente de "Archy".

- Lar, doce lar - suspirou, encarando o prédio da Wyotech - Wyotech, 25 mil metros quadrados de diversão, conhecimento e coisas que fazem "kaboom". Bom, não que o nosso tempo juntos não tenha sido divertido e tudo mais, mas se vocês me dão licença, eu tenho um monte de investigação pra fazer. Então porque vocês não relaxam, tiram os sapatos e vão dar uma olhada ver se acham algumas dicas por aí? Eu preciso falar com um rato sobre um cachorro.

Nem a pau Erik iria pra essa missão sem alguns preparativos antes. Era hora de encontrar uns amigos...

Se prepara para seguir sua caminhada com Siggy.

Siggy afirma com a cabeça, ela sabe que essa missão precisa ser rápida e é de grande
importância que eles achem alguma informação ou mera dica, qualquer coisa já ajudaria.

- Sim, vamos... precisamos ser rápidos, ainda temos um trem para pegar.

Então Siggy olha aquele lugar desconhecido para ela e se volta para Erik
- Nos encontramos aqui mesmo para voltar?

“ - O jeito que eu observei todos falando dele, me parece um tagarela que pode acabar fazendo alguma bobagem”
“- Claro que não! Bom, espero que não.."

Metal-Bone escuta o que o Senhor das Sombras falava e pondera sobre conseguir algum artefato tecnológico.

"Preciso começar a me alinhar com a tecelã, fica mais fácil de resolver as questões. Em breve conversarei com Sly sobre isso, mas será que o alfa por ser um Cria de Fenrir, aceitaria as dádivas da Weaver de forma tranquila?"

O Alfa pondera sobre atuação e separação, Sly fala sobre atuar com eles, o que a principio era interessante, eram um grupo articulador e voltado a ter pistas, entre outrasa coisas...

- Tomem cuidado...não tem um guerreiro com vocês..

O que Metal-Bone falara era apenas um aviso para tomar cuidado. Era óbvio que Kalf como alfa iria quebrar alguém ao meio se falhassem com seu próprio augúrio e isso seria divertido até, se Ethan não estive se sentindo ainda perdido, meio que sem identidade.

"Kalf manteve os quatro para essa missão, obviamente não precisarão de um guerreiro. "

O Beta vê a aproximação do alfa e o chama em uma conversa praticamente privada, que apenas o alfa escutaria..

- Essa questão é um pouco mais complexa. Eu sou um cyberdog, mas por causa da perda de memória, não tenho contato com ninguém. Você sabe que minha tribo é totalmente voltada pra tecelã, então, poderíamos conversar com alguma liderança dentro de minha tribo, para que possamos ter acesso à artefatos tecnológicos. Tenho também uma outra ídeia, de irmos para a umbra e buscarmos algum espírito mais próximo da weaver, a questão é: Nossa theurge é alguém da sua tribo, você é o alfa. O quanto vocês estariam dispostos a ficar próximos da weaver? você sabe que sua tribo não é muito afeita a essa ideia, qual solução tomamos?

Ethan era um tanto quanto pensativo sobre essas questões, como uma tribo voltada para a batalha e um tanto ortodoxa, iria se render aos caprichos da tecelã? O problema que se os fenris se rendessem, ficariam muito fortes, a weaver era a mais poderosa e na visão do Ethan era o necessário para se evitar o apocalipse. .

Refletindo rapidamente sobre o que Ethan acabou de falar, Kalf responde: ' -  Sou apenas um soldado Ethan, e lutar contra a Wyrm é e sempre sera minha prioridade. No entanto, estreitar os laços com a Weaver, não é algo que eu cogite ainda. Não vou ser hipócrita, pois no mundo que vivemos hoje, estamos mais do que próximos dela. Mas essa proximidade já está de bom tamanho para mim. Eu vejo esse artefato como uma arma a ser usada, assim como qualquer outra arma. E se você me disser que tem como conseguir isso, eu acho ótimo. Agora, se você me disser que precisa que eu entre em mais contato do que já tenho, com a Weaver, ou que precisa que eu peça para algum dos meus irmão de tribo, que façam isso. Eu vou lhe dizer que faremos essa missão da forma antiga, e que eu tanto gosto. Metendo a porra do pé na porta, e mostrando pra esses desgraçados, quem é que manda. E então, como vai ser ?'

Ethan coça o queixo e pondera as palavras do lfa.

"Será que ele se renderia à sabedorai da weaver? poderia ser um forte aliado, a tribo mais guerreira como uma unidade da tecelã..."

- Pois bem alfa, creio que isso é uma tarefa para os mais próximos da Weaver. Preciso da sua autorização para ir junto com Sly e a Theurge, aprendermos todos dom comunicação com espíritos e de alguma forma conseguir esse artefato. Pode demandar tempo... não creio que sua atuação direta seja necessária, mas precisarei do bardo e da feiticeira..

Kalf não gostava disso, mas se os membros de sua matilha, são tão próximos assim da Weaver, ele não iria abandonar esse recurso pelas suas crenças. Em relação a isso, ele era responsável por ele, e não pelo mundo.

' - Fale com eles, mas os deixe cientes no que irão se meter. Eu não estou ordenando nada. Simplesmente não vou me opor aos seus métodos  e de quem for te acompanhar. E outra coisa, tempo é um luxo que não temos, então faça o que tiver que fazer, na metade do tempo,ou menos. Sairemos amanhã no horário marcado, e iremos direto pra lá. Resolva tudo antes de pisarmos em São Francisco ou nem tente, se achar que não vai conseguir a tempo.'

Ethan meneia com a cabeça e concorda com o alfa.

- Assim que tiver com os dois, falo com vc, te darei uma resposta, positiva ou negativa.

Kalf gostou da resposta de Ethan: ' - Pois muito bem, vamos agilizar tudo por aqui, e descansar um pouco, pois amanhã sairemos cedo. Oque não impede que você me pague aquelas cervejas que me deve.'

Ethan sorri e se descontrai.

-Uma ótima oportunidade, vamos pra algum bar que tenha boa cerveja, mulheres bonitas e brigas de bar... caso não tenha briga, eu quebro a cara do meu alfa.

Ethan dá um rapa no ombro de Kalf e sorri.

Kalf dá uma gargalhada e responde : ' - Você pode tentar Ethan, você pode tentar... Vamos lá então.'

Erik nem havia saído de cena e Hannibal já queria melar a brincadeira. De certa forma o John Wick era como uma nuvem: era só ele sumir pro dia ficar bonito.

- Eu to focado. Focadíssimo!

"Em sair daqui o quanto antes", pensou consigo mesmo. Aproveita também para respondee Siggy com um abanar de mão.

- É, aqui mesmo, em outro lugar, tanto faz...

Finalmente: liberdade! Agora ele podia pensar um pouco. E a primeira coisa que ele deveria fazer era algo que...bom, na verdade nenhum garou deveria fazer.

Ninguém gostava muito de Erik entre os garou. Ele era linguarudo, fazia piada com todos e tinha uma dificuldade quase cômica de respeitar hierarquias. Por isso mesmo seus "amigos" preferidos ou eram outros Roedores de Ossos de espírito livre...ou as criaturas vis conhecidas como Ratkin.

A primeira vez que Erik conheceu um Ratkin ele não conseguia parar de rir. Um sujeito baixinho chamado Johnny adequadamente rebatizado de "Mestre Splinter" pelo Roedor, Erik achava hilário alguém se transformar em rato. Isso abriu um mundo de possibilidades em sua mente. Haveriam homens galinha também? Homens pato?

É claro, o Ratkin não gostou de ser a piada da vez e, depois de um chute no saco, ele saiu fora com os poucos trocados que Erik tinha no bolso. Mais tarde, porém, Erik viria a encontrar de novo o Ratkin e eles viraram amigos. O que, ironicamente, piorava a sua já não boa reputação entre os garou. Mas o que é mais um peido pra quem já está todo cagado?

E assim ele chegou no beco perto da Wyotech onde ele costumava encontrar seus amigos. Os Ratkin são criaturas naturalmente desconfiadas, então ele sabia que deveria proceder com uma saudação que lhes fosse familiar...

- AÍ SEU BANDO DE MICKEY MOUSE DO CACETE, QUEM QUER UM TRAGO?

Os Ratkin a essa altura já reconheciam o jeito fanfarrão do Roedor de Ossos e vieram ver do que se tratava. De vez em quando Erik deixava presentes pra eles. De vez em quando eles deixavam presentes pra Erik. E de vez em quando eles só se sacaneavam e roubavam uns os outros quando bebiam demais. E beber com um daqueles Ratkin...aquilo sim era uma provação! "Muito mais foda do que tirar o casaco na neve".

Os que se aproximaram eram quatro dos mais novos. Eles ainda não se sentiam seguros pra falar muito. Mas pra beber sim. Ratkins bebiam com qualquer idade, aqueles diabretes. Erik vasculhou sua mochila enquanto procurava uma das garrafas saqueadas da coleção de Pure Heart.

- Deixa eu ver o que eu tenho aqui...quem quer um...a tequila El Jimador????

"El Jimador? WTF Pure Heart?". Mas os Ratkin parecem interessados. Diabretes beberrões filhos da mãe.

- Ok, ok. Mas antes do trago eu preciso de uma coisa de vocês. Uma garota do meu povo sumiu. O que? Não, não negra porra! Uma garou! Um lobisomem! De qualquer jeito, ela foi levada pelas pessoas de uma empresa chamada Cybersolutions. Vocês conhecem alguém lá dentro? Zelador? Faxineiro?

Os Ratkin cochicham entre si e abanam a cabeça negativamente. Então um deles vai até uma pilha de lixo ali atrás e volta com um banner. O cartaz mostra que iria ter uma enorme feira de tecnologia durante aquela semana em São Francisco. Uma feira em que a Cybersolutions era uma das principais empresas patrocinadoras. E embaixo, junto ao logo da empresa, o local do stand da empresa no Yerba Center.

- É só isso? Não tem mais nada?

Os Ratkin olham uns pros outros, depois pra Erik e dão de ombros.

- Aaaahhhhh...tudo bem. Melhor do que nada. Aqui seus diabretes. Vão se divertir - diz, entregando a garrafa de El Jimador para as criaturas, mas aproveita para pegar outra garrafa da mochila, um bom whisky Ballantines - Aqui, podem ficar com essa também. Lembrem de não misturar. A menos que vocês queiram uma viagem e um porre realmente louco. Nesse caso tomem os dois juntos.

Erik sai do beco, se dirigindo para a Wyotech. Ainda tinham um tempinho até o trem partir de Cheyenne. Talvez desse tempo de descobrir mais alguma coisa. E quem sabe, esticar a coluna no sofá um pouquinho...

Sly chega a Wyotech junto com os outros três membros da matilha, o Galliard é um bom observador e desde antes da entrada na umbra, ele havia percebido o quanto Erik queria estar por ele mesmo, livre. Sendo assim, com intuito de não atrapalhar a "fuga" do roedor, ele decide seguir caminho com Siggy e Hannibal.

Seus olhos estavam bastante atentos e buscava compreender cada um que estava com ele, analisava para poder exaltar as qualidades dos outros e abrandar os pequenos equívocos do caminho.

As passagens foram distribuídas aos seus respectivos donos. Após orientação do Alpha, Siggy leva Hannibal, Ralph e Erik através da Umbra até a entrada da Wyotech. A viagem pela Umbra não durou mais do que trinta segundos, mas foi o suficiente para ver como a mudança entre a Wyld e a Weaver é perceptível nesse plano paralelo. A matilha ainda chega a ver, ao longe, algo estranho, envolvo por uma fumaça escura e turva, com chamas vermelhas e verdes, mas estava muito distante para compreender melhor.

Já em frente a Wyotech, Erik decide por um caminho diferente dos demais e entra nas instalações da faculdade para falar com seus colegas ratkin e deixar para eles um chiminage decente, já que em outras ocasiões, ele não tinha lhes dado nada. O encontro com o ratkin na Umbra deixou claro que eles não estavam numa boa com isso. Erik começava a pensar que isso poderia lhe causar problemas. Por isso, estrategicamente, roubara algumas bebidas do depósito de Pure Heart. Ele não teve muito tempo para olhar o que tinha pego, percebendo apenas depois que uma era um bom whisky Ballantines e outra era uma tequila barata El Jimador.

Erik também queria informações e, quando os ratkin se aproximaram, perguntou se poderiam ajudá-lo em sua busca. Mestre Splinter, o ratkin mais velho, não tinha vindo, apenas quatro mais jovens e desconfiados. A resposta do seu pedido de ajuda não foi bem a que queria ouvir, mas, pelo menos, era um lugar para começar a procurar.

Ele ainda tinha duas bebidas em seu casaco e, por isso, resolveu encostar em frente ao seu cafofo e dar uns tragos no bom Jack Daniels que tinha surrupiado do velho ancião do Caern. A noite estava congelante e a bebida desceu como um bálsamo.

Uma voz grave feminina interrompe seu orgasmo alcoólico.

- Ora, ora, você está aí, Erik!- era a supervisora da limpeza da noite, dona Layla – Ótimo! O funcionário da noite teve que ir embora e tenho ainda uns seis banheiros para lavar. Toma aqui o carrinho de limpeza e vai terminar a ala F. Depois passe no refeitório dos funcionários e coma alguma coisa, você está com uma cara que não come desde cedo.

Dona Layla era baixinha, seios fartos, pele rosada e jeito mandão. Não podia ver Erik que já mandava fazer alguma tarefa aqui e ali. O Roedor sabia que só tinha um cafofo na Wyotech por fazer esses serviços, mas mesmo assim ficava irritado.

Dona Layla:

- Sim, madame, é pra já. - e seguiu pelo corredor até a ala F, para limpar os seis últimos banheiros.

Ainda faltavam uns quinze minutos para encerrar as aulas da noite e alguns alunos o cumprimentavam enquanto passava, outros viravam o rosto. Parece que Erik estava com bafo de cachaça ou suvaqueira, mas ele não se importava. Seguiu cantarolando um single de Kanye West que tinha sido lançado naquela semana e que não saía de sua mente.

Penitentiary chances, the devil dances
and eventually answers to the call of Autumn
all of them fallin? for the love of ballin?
got caught with 30 rocks, the cop look like Alec Baldwin
inter century anthems based off inner city tantrums
based off the way we was branded
face it, Jerome get more time than Brandon
and at the airport they check all through my bag and tell me that it?s random
but we stay winning, this week has been a bad massage
I need a happy ending and a new beginning

Escute a música aqui:

Hannibal e Siggy seguem andando. Ralph se demorou olhando para a fachada da Wyotech ainda por algum tempo. Aquela estrutura de galpões parecia mais um enorme desmanche de carros do que uma faculdade. O Galliard pensa sobre como aquela faculdade é tosca diante da imponente fachada de Harvard, em Boston. “Cada um tem o que merece”, pensou. Logo percebeu que estava ficando para trás e tinha que decidir para onde iria. Erik parecia inclinado a ficar sozinho. Achou mais interessante seguir com Siggy e Hannibal.

O grupo segue por mais três quadras vencendo a espessa neve a cada passo e em seguida entra em um beco. Ao fundo, uma luz neon amarela brilha em uma fachada de tijolos aparentes. O nome El Sol reluz, juntamente à representação de uma grande pimenta usando um sombreiro mexicano.

Eles movem uma porta de madeira larga e entram em um restaurante. Jennifer Lopez tocava  embalando o local. Muitas pessoas estão comendo tacos, outras burritos, alguns estão tomando cerveja e outros mojito. O ambiente é animado e divertido. A temperatura é muito agradável.

Escute a música do ambiente aqui:

Hannibal logo avista um rosto conhecido. Sofia, linda como sempre, estava sentada em um sofá preto confortável encostado em uma das paredes do local, estonteante como sempre, com uma calça de couro preto e uma bota de cano alto que deixavam o contorno de suas belas pernas evidente. O decote também não era modesto, mostrando a curva de seus seios. Ela acenou sorrindo.

Considere botas de couro em vez desse sapato:

Os três seguem até o sofá onde Sofia estava. Ela se levanta, cumprimentando Siggy e Ralph, depois agarra Hannibal pela cintura, encostando seu corpo no dele, aninhando suas mãos no pescoço do Senhor das Sombras, encaixando seus lábios nos dele sem lhe dar tempo de pensar muito, em um beijo cinematográfico.

Depois do show-off, ela o empurra no sofá, sentando então em seu colo. - Nossa, achei que você nunca mais viesse me ver – ela o olhava como quem fosse lhe comer, no melhor sentido da palavra.

Um homem de bandana vem em direção a Ralph, com um largo sorriso nos lábios:

- Hey cabrón! Que novidade é essa você por aqui? E essa loiraça aí, não vai me apresentar? - apontando para Siggy. - Cadê aquele cachorrão do Metal Bone? E aquele outro cara brutamontes que só arruma confusão, aquele abusado, como é mesmo o nome dele? Tô vendo que o Hannibal já achou a Sofia, ou o contrário.

Techwolf:

Era Juarez, ou TechWolf, como conhecido em sua tribo, que lhe falava. O Andarilho era apenas um conhecido de Sly, mas apesar de não terem muita intimidade, esse era o jeito usual que Juarez falava com qualquer pessoa, como se já a conhecesse a séculos.



Kalf lembra que conhece um bar não muito longe dali, com uma boa comida tailandesa e cervejas interessantes.

- Vamos, conheço um lugar que você vai gostar.


Ethan pega seu carro, uma BMW M5 verde-musgo. Eles seguem por uma trilha até a saída do Grand Tenton Park. Após meia hora, chegam a um local com fachada de madeira. Um elefante bêbado estampa a placa do local, que parecia bem animado ainda para aquela hora da noite. Música eletrônica embala o local.

Escute a música do ambiente aqui:

Ao entrarem, o ambiente conta com diversos quadros e imagens sobrenaturais na parede que lembram alguns domínios da Umbra. Algumas paredes são vermelhas, outras de madeira envernizada. As cadeiras e mesas pretas de metal conferem elegância ao ambiente. O bar possui um longo balcão que segue por toda a extensão do restaurante, com estantes redondas iluminadas por backlight de várias cores.

Kalf e Ethan sentam em bancos ao lado do balcão do bar. Uma mulher de pele branca e cabelos negros como a noite, com um batom vermelho carmesim e olhos expressivos bem maquiados vem com um prato em direção a eles.

garçonete:

- Cortesia da casa, rapazes. Vejam se não arrumam confusão. - Em seguida, ela pisca para Ethan e sai rebolando.

Os dois começam a comer os gyoza servidos, bem temperados ao curry vermelho, pedindo duas cervejas em seguida. Um homem forte e alto vem trazer as bebidas, duas cervejas Orange Blood Pale.

Dono do bar:

- O que você está fazendo aqui? - o homem pergunta a Kalf – Da última vez que você veio ao meu estabelecimento, seu amigo com cara de Keanu Reeves teve que pagar o mobiliário que você quebrou naquela briga de bar, ou você não se lembra? Espero que esse seu amigo aí também seja endinheirado, porque nenhuma besteira que você fizer aqui vai passar em branco. - ele deixou as cervejas e saiu sem dar muito tempo a Kalf para responder.

Eles dão de ombros e começam a beber suas cervejas. Algumas doses depois, percebem que duas mulheres estão em outra mesa conversando e olhando para os dois.

mulheres loiras:

O tempo passava e o Galliard parecia cada vez mais dentro de si, esquecia o porquê estava naquele caminho junto com os companheiros de matilha. Na verdade, a todo momento, ele retornava ao encontro com a infância e a conversa sobre Esmeralda que os trazia até ali, Sly queria o retorno, não estava afeiçoado ao seguir em frente.

Ao entrar no bar, todo aquele clima latino, com Jennifer Lopez tocando e uma boa comida mexicana, o fez, novamente, retornar: parecia que tudo era um ciclo e de certa forma sempre voltávamos para o princípio. Pelo visto, o princípio de Hannibal eram as pernas de Sofia.

Sly estava distraído com seus pensamentos, quando é surpreendido por Juarez. Inicialmente, não sabia bem o que responder, não estava em um clima festeiro de intimidade. Resolveu seguir:

"- E ai, Juarez? Estava agora pouco com Ethan e Kalf, estamos em busca de algumas respostas. Parece que Hannibal as encontrou."

Ralph deu um pequeno sorriso e continuou:

"- Acredito que minha companheira fale por ela mesma. Caso ela queria falar com você".

Sly faz uma expressão irônica e fala com Siggy.

"- Este é Juarez, Techwolf."

O Galliard ficou observando para sentir se era possível obter alguma informação do membro de sua tribo.

Ninguém nunca cansava de dar ordens para o Roedor. "Erik faça isso", "Erik faça aquilo". É como se o mundo fosse feito por chefes e supervisores. Claro, Layla ERA mesmo a supervisora da limpeza e estava fazendo seu trabalho enquanto Erik, seu funcionário, estava descansando. Mas mesmo assim...que preguiça...

Mas se era pra ser justo, ele também deveria mandar em alguém! Kanye West, filho da mãe! Começa a cantar agora, criolo!

E a batida de "Gorgeous" voltou a sua mente. Ele havia pensado algumas vezes nesse som. Era muito bom. Ele gostava muito dos clássicos, Tupac, Notorious, Run DMC...mas a leva mais recente às vezes dava algumas coisas boas, como Nelly, Kanye e Jay-Z. E claro, num mundo que parecia decidido a lançar um garotinho canadense chamado Justin Bieber aos top 10, isso era qualidade! "Droga de Canadá! Usher filho da mãe". Era Vanilla Ice tudo de novo, só que mais como uma coisa séria do que a piada que era lá atrás.

Foi em algum lugar no meio da sua divagação que Erik lembrou que em algumas horas estaria num trem rumo a São Francisco. Pra procurar uma garota desaparecida, possivelmente sequestrada por uma das maiores empresas de tecnologia dos EUA. É...ele provavelmente ia morrer. Mas talvez pudesse melhorar as suas chances...

Os Ratkin não foram de grande ajuda. Mas talvez outra pessoa fosse. Seu mentor, Warren Archibald Wheeler, ou "Archy" dava aulas ali. Talvez ele estivesse por lá. Talvez ele soubesse de alguma coisa! E afinal, do jeito que Erik percebia era meio que culpa dele que ele estivesse agora nessa missão, então estava lhe devendo uma.

Apoiou o esfregão devagar na parede do banheiro e olhou para os dois lados para ver se a barra estava limpa. Nem sinal de Layla. Ótimo! Hora de fazer uma visita à Archy...e quem sabe dar aquela esticada nas costas vendo a NBA? Se mandou do banheiro rapidamente, deixando lá apenas o material de limpeza e um chão muito mal esfregado...